Tecnologias e gestão na escola
A trajetória percorrida na introdução de tecnologias na
escola pode caracterizar-se pela sujeição de professores, alunos, coordenadores
e gestores a meros consumidores de informações, apresentando-se como uma
barreira à criação de ambientes de aprendizagem mais abertos, permeáveis,
flexíveis e participativos. A par disso, se observam práticas de uso de
tecnologias em escolas que revelam novos papéis dos agentes educativos como
organizadores de informações e criadores de significados, que apoiam suas
atividades no estudo de fontes externas e na realização de atividades colaborativas
para a produção de conhecimentos relacionados com a resolução de problemas concretos
do contexto. Nesta última situação, as tecnologias são selecionadas e agregadas
ao trabalho conforme as necessidades da atividade em realização e suas
características intrínsecas. Em qualquer um dos casos, a atuação do gestor como
liderança da escola é essencial! O gestor líder é aquele que apoia a emergência
de movimentos de mudança na escola e percebe nas tecnologias oportunidades para
que a escola possa se desenvolver. Ele busca criar condições para a utilização
de tecnologias nas práticas escolares, de forma a redimensionar seus espaços,
tempos e modos de aprender, ensinar, dialogar e lidar com o conhecimento. Ele
procura identificar as potencialidades dos recursos disponíveis para
proporcionar a abertura da escola à comunidade, integrá-la aos distintos
espaços de produção do saber, fazer da escola um local de produção e
socialização de conhecimentos para a melhoria da vida de sua comunidade, para a
resolução de suas problemáticas, para a transformação de seu contexto e das
pessoas que nele atuam. Compreender as potencialidades inerentes à cada
tecnologia e suas contribuições ao ensinar e
INTEGRAÇÃO DE TECNOLOGIAS, LINGUAGENS E REPRESENTAÇÕES.
Aprender poderá trazer avanços substanciais à mudança da
escola, a qual se relaciona com um processo de conscientização e transformação
que vai além do domínio de tecnologias e traz subjacente uma visão de mundo, de
homem, de ciência e de educação. Para que seja possível usufruir as
contribuições das tecnologias na escola, é importante considerar suas
potencialidades para produzir, criar, mostrar, manter, atualizar, processar,
ordenar, o que se aproxima das características da concepção de gestão. Tratar
de tecnologias na escola engloba processos de gestão de tecnologias, recursos,
informações e conhecimentos que abarcam relações dinâmicas e complexas entre
parte e todo, elaboração e organização, produção e manutenção. A criação de
redes proporciona a superação de concepções dicotômicas e entrelaça conceitos
que se tornaram disjuntos pela ciência moderna. Deste modo, a escola e seus
atores e autores, sujeitos do ato educativo, têm a oportunidade de encontrar
nas tecnologias o suporte adequado ao desenvolvimento e integração entre as
atividades técnico-administrativas, políticas, sociais e pedagógicas por meio
de nós e ligações que compõem a tessitura da rede.